terça-feira, 23 de junho de 2009

BREVE HISTÓRIA.

Nada se constrói sem um processo histórico anterior. Para se falar em INCLUSÃO, torna-se necessário ter indivíduos excluídos. O homem tem uma tendência natural para a inclusão e exclusão. Assim como habilidade para rotular. O problema é o uso que se faz a representação social.
Desde a antiguidade já haviam pessoas descontextualizadas da sociedade, ex: os deficientes, as bruxas, as prostitutas. Com a evolução do cristianismo dizia-se que "todas as pessoas tinha uma alma e todas as almas deveriam ser salvas", ex: prostitutas, leprosos, velhos, deficientes, isto é, pessoas que contrapunham à ordem social vigente.
Na Grécia, os deficientes eram mortos, pois eram pessoas impuras, castigadas pelos deuses. Depois do Cristianismo surgiram alguns trabalhos voltados para os grupos marginalizados(leprosos, deficientes, velhos, prostitutas e doentes mentais). No início deficientes e doentes mentais eram tratados da mesma forma. Quando foi percebido que estes dois grupos eram diferentes começou a se trabalhar os mesmos diferentes. Então os asilos para deficientes passaram a ser chamados de instituição.
O tratamento era constituído por banhos(sais), passeios, punições, etc. As instituições passaram a ter um caráter de controle social, segregação. A Europa foi pioneira.
O atendimento era feito principalmente a filhos de pessoas ricas. Com o transcorrer do tempo, foram percebendo que este atendimento era muito caro. Iniciou-se assim um processo de desinstitucionalização.
Os E.U.A. começaram esse processo visando economizar mais. Começa-se, então, a falar de integração. O tema integração surgiu na Dinamarca. O Brasil foi descoberto em 1500, enquanto isso no resto do mundo se queimava as bruxas. Para cá vieram os prisioneiros políticos, pessoas de bem, mercenários, etc.... deficientes também. Foi fundado em 1500 na Santa Casa de Misericórdia em São Paulo o atendimento ao deficiente físico. Em 1848 o Instituto de Educação de Surdo-mudo e em 1850 o Instituto Benjamin Constant, ambos no Rio de Janeiro (capital do Brasil nessa época).
Em 1948 foi elaborada a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Observa-se que o Brasil estava totalmente aquém do que se discutia no mundo. Enquanto aqui se criava as instituições ( APAE, AACD, PESTALOZI) ao resto do mundo se desinstitucionalizava.
Em 1973 foi criado a primeira Secretaria de Educação Especial -SEESP. E as legislações criaram as instituições especiais, classes especiais, salas de recursos, ensino itinerante.
Na educação de surdos na década de 70 passou a ser adotada uma filosofia definida como comunicação total, devido a grande insatisfação dos resultados do oralismo e as pesquisas sobre pais surdos com filhos surdos. A comunicação total tinha como proposta a utilização de gestos naturais, da língua de sinais, do alfabeto digital, da expressão facial, da fala e dos aparelhos de amplificação sonora para transmitir linguagem, vocabulário, conceitos e idéias. Apesar de essa filosofia usar alguns elementos da língua de sinais, seu objetivo principal continuava sendo a fala e a integração do surdo na sociedade do ouvinte.
No final da década de 1970, principalmente nos Estados Unidos, inicia-se um movimento de reivindicação pela língua e cultura das minorias linguísticas, sendo os surdos considerados membros de uma comunidade minoritária que usa um idioma próprio, a Língua Brasileira de Sinais - Libras.

Um comentário:

  1. Olá!

    Acho muito importante e oportuna a iniciativa.
    Tenho alguns blogs, e já publiquei varias noticias sobre o tema, a partir de informações passadas por uma amiga de São Luiz, como o enderço desse blog.
    Gostaria de sabe se existe alguma objeção em "linkar" o blog e contribuir na divulgação.

    Um abraço/Paulo Athayde

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